Presidente argentino defende privatização de clubes de futebol

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que o clube de futebol Boca Juniors despertou interesse do Chelsea em uma possível compra. Milei, que é torcedor e sócio do Boca, defende a transformação dos clubes em Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs).

Milei revelou em entrevista à Rádio Mitre: “O Chelsea manifestou o desejo de comprar Boca, Racing, Estudiantes, Newell’s ou Lanus. Se os associados desses clubes não quiserem, continuarão com o plano atual. Mas sou sócio e torcedor do Boca e se vierem investidores e colocarem uma fortuna para ganharmos tudo… Onde devo assinar?”

Privatização dos clubes argentinos

O presidente Milei enfatiza a necessidade e urgência da privatização dos clubes desde sua posse. Os times argentinos são historicamente sem fins lucrativos e dependem principalmente de seus sócios-torcedores.

Com a recente dominância dos clubes brasileiros nas competições continentais, como a Copa Libertadores e a Sul-Americana, os clubes argentinos buscam uma forma de se manterem competitivos na América do Sul. Nos últimos cinco anos, os brasileiros acumularam títulos e participações em finais desses torneios. A última vez que um clube brasileiro não esteve presente em uma final continental foi em 2015.

A falta de recursos é um dos principais problemas enfrentados pelos clubes argentinos. Mesmo clubes como Palmeiras e Flamengo, que não são SAFs, possuem uma renda muito superior aos clubes argentinos.

Resistência à privatização

“Se um clube quer ser uma sociedade anônima, que seja. Mas no Independiente é proibido pelo nosso estatuto. Quero que seja o Independiente quem compre o Chelsea”,

A cultura da privatização não é comum no futebol argentino. Grandes clubes como o Independiente, o maior campeão da Libertadores, nem cogitam a possibilidade. O diretor do clube, Nestor Grindetti, se pronunciou sobre o assunto e criticou o posicionamento de Milei, afirmando que no Independiente é proibido se tornar uma sociedade anônima e que prefere que seja o próprio clube a comprar o Chelsea.

“Se um clube quer ser uma sociedade anônima, que seja. Mas no Independiente é proibido pelo nosso estatuto. Quero que seja o Independiente quem compre o Chelsea”, afirmou.

Fonte: Perfil Brasil