“Novo limite de juros do cartão de crédito reduz endividamento”


Novo limite de juros do rotativo do cartão de crédito entra em vigor, sendo importante para reduzir dívidas no país. Porém, cautela é necessária devido aos juros altos. [29 words]
Novo limite de juros do rotativo do cartão de crédito entra em vigor, sendo importante para reduzir dívidas no país. Porém, cautela é necessária devido aos juros altos. [29 words]

O novo limite dos juros do rotativo do cartão de crédito entrou em vigor nesta quarta-feira (3) e é considerado um importante passo para reduzir o endividamento no país, de acordo com especialistas. No entanto, eles alertam que a medida só se aplica a novos financiamentos e os juros continuam altos, então os consumidores devem ter cautela para evitar se endividarem ainda mais.

O que é o limite de juros do rotativo do cartão de crédito?

Quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito até o vencimento, ele entra automaticamente no crédito rotativo, contraindo um empréstimo e pagando juros sobre o valor não pago. O problema é que a taxa de juros do rotativo é uma das mais altas do mercado.

Segundo dados recentes do Banco Central, em outubro, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito era em média de 431,6% ao ano. Isso significa que uma pessoa que entra no rotativo com R$ 100 e não paga o débito terá uma dívida de R$ 531,60 após 12 meses.

Após 30 dias de crédito rotativo, os consumidores devem quitar a dívida ou parcelá-la com as instituições financeiras. Agora, o limite dessa taxa de juros será de 100%. Por exemplo, se alguém deixar de pagar uma fatura de R$ 100, no máximo terá que pagar o equivalente a R$ 200 após 12 meses.

Por que essa medida é importante?

O diretor executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, destaca que essa medida é um passo importante para beneficiar não apenas as pessoas superendividadas, mas também o público em geral que precisa fazer algum tipo de financiamento. No entanto, ele ressalta que os juros ainda estão muito altos e que ainda há muito a ser feito nesse sentido.

Atualmente, três em cada quatro famílias brasileiras estão endividadas, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O cartão de crédito ainda é a modalidade mais usada pelos endividados, atingindo 87,7% do total de devedores. A pesquisa também mostra que o maior percentual de dívidas em atraso é entre os consumidores de baixa renda, de até três salários mínimos.

Impacto econômico

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, ressalta que a medida é acertada, pois o rotativo é uma das principais causas do endividamento. Ele também destaca que, à medida que a inadimplência diminuir, novas necessidades dos consumidores surgirão e as condições econômicas influenciarão as decisões das autoridades e dos bancos, potencialmente levando a uma queda maior nos juros. Isso teria um impacto significativo na redução da inadimplência e no aumento do acesso ao crédito para a população de menor renda.

Segundo pesquisas do Instituto Locomotiva, o crédito é importante para os brasileiros, que o utilizam para comprar bens de necessidade e realizar sonhos. A redução dos juros do rotativo é vista como positiva, uma vez que a inadimplência é menor entre aqueles que parcelam a compra sem juros em comparação com aqueles que pagam juros.

O futuro dos limites e dicas para evitar o endividamento

De acordo com a professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund, a redução da taxa de juros poderá levar os bancos e as instituições financeiras a reduzirem os limites dos cartões de crédito para se adequarem à capacidade de pagamento dos consumidores. Lund também destaca a importância da educação financeira e dá algumas dicas para evitar o endividamento, como ter apenas um cartão de crédito ativo, reduzir o limite do cartão e evitar o parcelamento sem juros, exceto para bens de maior valor.

Fonte: Perfil Brasil

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