Zinho, suspeito de liderar uma quadrilha de milicianos no Rio de Janeiro, está isolado em uma cela de um presídio de segurança máxima após ser preso no domingo (24). Ele ainda não prestou depoimento, mas investigadores esperam que ele faça uma delação premiada, revelando nomes de empresários, políticos e policiais envolvidos com a milícia, de acordo com informações da Folha de São Paulo.
Prisão de Zinho
Após se entregar na Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio, Zinho foi transferido para a penitenciária de Bangu 1, onde há 48 celas individuais e os presos não têm contato uns com os outros. Essa penitenciária é destinada a casos de disciplina e serve como passagem antes da transferência para o sistema penitenciário federal. No entanto, o governo do Rio de Janeiro decidiu transferir Zinho para uma unidade de segurança máxima fora do estado na manhã desta segunda-feira (25).
Investigação e acusações
Zinho é acusado de liderar uma quadrilha de milicianos e há suspeitas de envolvimento político e influência sobre tentativas de mudanças de comandantes de batalhões que combatem a quadrilha. Além disso, ele é suspeito de ter agido para soltar um miliciano durante uma condução a uma delegacia. A deputada estadual Lucinha, do PSD, foi afastada do cargo por ser acusada de ser o braço político de Zinho. A defesa de Lucinha nega todas as acusações contra ela.
Motivos da entrega
Policiais afirmam que Zinho se entregou por questões familiares e cansaço da vida de foragido. No entanto, a defesa de Zinho não retornou as ligações e mensagens da imprensa. Em outras ocasiões, os advogados negaram todas as acusações contra o suspeito.
Milícia e influência
A Polícia Civil listou 833 áreas como sendo de influência da milícia, das quais 812 são controladas pelo grupo liderado por Zinho. Os milicianos exercem domínio nessas regiões cobrando taxas extras dos moradores, extorquindo comerciantes e estabelecendo monopólios em serviços básicos, como gás e luz.
Operação e arrecadação
Na terça-feira passada (19), a Polícia Federal e o Ministério Público realizaram uma operação contra Zinho e outros milicianos do mesmo grupo. Eles são suspeitos de diversos crimes, incluindo formação de milícia privada, extorsão, homicídios, lavagem de capitais e posse ilegal de armas de fogo. Segundo as investigações, o grupo arrecadou mais de R$ 308 mil em fevereiro deste ano apenas com a cobrança de taxas de grandes empresas da construção civil na zona oeste do Rio.
“No intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem e a localização do dinheiro ilícito, os criminosos valiam-se de variadas contas para recebimento e circulação dos valores obtidos através das extorsões”, diz o Ministério Público.
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