Padre Júlio Lancellotti: CPI, Trabalho Social e Reconhecimento


Padre Júlio Lancellotti, alvo de CPI, é conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos humanos, especialmente com a população em situação de rua.
Padre Júlio Lancellotti, alvo de CPI, é conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos humanos, especialmente com a população em situação de rua.

Quem é o padre Júlio Lancellotti, alvo de CPI?

Júlio Lancellotti, de 75 anos, nascido no bairro do Brás, é um padre católico conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos humanos. Recentemente, ele se tornou um dos alvos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que será instalada na Câmara Municipal de São Paulo para investigar organizações não governamentais que atuam na região central ocupada por usuários e dependentes químicos.

Trabalho dedicado à população em situação de rua

O padre Júlio Lancellotti atua desde 1986 como pároco na Igreja de São Miguel Arcanjo, localizada na Zona Leste da cidade, com um trabalho dedicado à população em situação de rua na capital paulista. Além disso, ele é coordenador da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo.

Reconhecimento e premiações

O padre Júlio já recebeu homenagens de diferentes instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Câmara dos Deputados e a Presidência da República. No ano passado, ele foi condecorado com a medalha da Ordem do Mérito, no grau Grã-Cruz, concedida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Importância do trabalho social

O ministro da Justiça, Flávio Dino, destacou durante a cerimônia de condecoração que “esse trabalho social é um trabalho de justiça e um trabalho de segurança pública, porque só existe segurança pública quando há plenitude de direitos para todos. Não há possibilidade de nós termos segurança na sociedade apenas com a ideia de que a polícia vai resolver tudo. Não vai. Não há paz sem justiça”.

Depoimento de uma frequentadora

A psicóloga Ivana Bortoto conta que conheceu o padre Júlio em 1995 e frequentou as missas dele antes mesmo de ele se tornar uma figura midiática. Ela relata que teve sua filha batizada na Igreja de São Miguel Arcanjo, em 2001, e se encantou com a forma especial como o padre conduzia as cerimônias. Ivana relembra uma situação em que suas filhas estavam bagunçando na igreja e o padre disse: “essas crianças são como passarinhos da natureza. Nós temos que ter amor para entender esse canto”. Esse momento deixou as pessoas mais tranquilas e amorosas, e Ivana afirma nunca ter esquecido disso.

Pedido de CPI e defesa do padre Júlio

O vereador Rubinho Nunes protocolou o pedido de CPI na Câmara Municipal em 6 de dezembro de 2023, com a finalidade de investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia. Em resposta, a Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota em defesa do padre Júlio Lancellotti.

Lei Padre Júlio Lancellotti

No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, assinaram o decreto que regulamenta a Lei Padre Júlio Lancellotti, em cerimônia no Palácio do Planalto. A lei proíbe o uso de materiais, estruturas, equipamentos e técnicas hostis nos espaços públicos destinados ao uso livre, visando afastar as pessoas em situação de rua.

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