Mandado emitido contra primeira-ministra da Estônia pela Rússia


O governo russo emitiu um mandado de busca contra Kaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia, aumentando as tensões após a invasão da Ucrânia.
O governo russo emitiu um mandado de busca contra Kaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia, aumentando as tensões após a invasão da Ucrânia.

O governo russo emitiu um mandado de busca contra Kaja Kallas, a primeira-ministra da Estônia. A informação foi divulgada pelo Ministério do Interior nesta terça-feira (13). Este movimento é visto como mais uma indicação das tensões crescentes entre a Rússia e os países bálticos após a invasão da Ucrânia. Além disso, é a primeira vez que Moscou coloca um líder político estrangeiro na lista de procurados.

O mandado de busca

De acordo com o comunicado, Kallas, que assumiu o cargo em 2021, está sujeita a um “processo criminal”. Não houve ainda uma divulgação sobre os detalhes. No entanto, vale destacar que a primeira-ministra da Estônia tem se posicionado como uma das figuras mais marcantes na defesa de apoio à Ucrânia e na pressão por sanções mais severas contra a Rússia.

Taimar Peterkop, secretário de Estado da Estônia, e Simonas Kairys, o ministro da Cultura da Lituânia, também foram alvo de mandados de busca. Uma fonte de segurança russa afirmou que ambos os funcionários estonianos e o ministro lituano foram acusados de “destruição e degradação de monumentos [em memória] dos soldados soviéticos” da Segunda Guerra Mundial.

Tensões e reações

Kallas causou indignação em Moscou ao ordenar a remoção de monumentos aos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial na Estônia. Além disso, o país também expulsou o metropolita da Igreja Ortodoxa Russa por apoiar a invasão da Ucrânia. O governo russo viu essas medidas como um ato de repúdio ao legado soviético.

“Pessoas como ela são responsáveis por decisões que são, de facto, um ultraje à memória histórica. Estas pessoas tomam medidas hostis em relação à memória histórica e ao nosso país”, disse Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin.

Vale ressaltar que uma minoria russa reside na Estônia, Letônia e Lituânia e que essas ex-repúblicas soviéticas agora são membros da União Europeia e da OTAN. A Estônia ainda não se pronunciou sobre a decisão russa. No entanto, a medida tem pouco ou nenhum impacto prático. Isso porque as relações entre a Estônia e a Rússia estão estagnadas desde o início da invasão da Ucrânia.

Reação da primeira-ministra

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, reagiu à ordem de prisão emitida contra ela por Vladimir Putin:

“A decisão da Rússia não é nada surpreendente. É mais uma prova de que estou fazendo a coisa certa – o forte apoio da União Europeia à Ucrânia é um sucesso e prejudica a…”

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