Angola: Sindicatos enfrentam julgamento após greve geral


Sindicatos angolanos enfrentam julgamento após greve geral; OMUNGA expressa preocupação; negociam aumento salarial; denunciam coações; rejeição da UNITA; ameaças das entidades patronais.
Sindicatos angolanos enfrentam julgamento após greve geral; OMUNGA expressa preocupação; negociam aumento salarial; denunciam coações; rejeição da UNITA; ameaças das entidades patronais.

Três dos quatro sindicalistas angolanos detidos nesta quarta-feira, 20 de março, vão hoje a julgamento sumário por alegadamente aderirem à greve geral de três dias na função pública que decorre atualmente no país. A greve foi convocada pelas centrais sindicais e tem como objetivo reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho para os funcionários públicos em Angola. A polícia deteve os sindicalistas alegando que estavam a causar distúrbios públicos e a incitar à desordem durante a greve.

Sindicatos angolanos enfrentam julgamento após aderirem à greve geral

Três dos quatro sindicalistas angolanos detidos nesta quarta-feira, 20 de março, vão enfrentar julgamento sumário após serem acusados de aderirem à greve geral de três dias na função pública do país. A greve, convocada pelas centrais sindicais, tem como objetivo lutar por melhores condições de trabalho e aumentos salariais para os funcionários públicos angolanos. As autoridades policiais alegam que os sindicalistas estavam a causar distúrbios e a incitar à desordem durante a greve, o que levou à sua detenção. O julgamento sumário destes sindicalistas ocorre num contexto onde os direitos e liberdades sindicais em Angola têm sido alvo de questionamentos, o que aumenta a tensão entre os trabalhadores e o governo.

Declarações da organização não-governamental OMUNGA sobre a greve geral

A respeito da greve geral na função pública em Angola, foi ouvida a organização não-governamental OMUNGA, que expressou preocupação com a repressão e intimidação enfrentada pelos trabalhadores que aderiram à greve. A OMUNGA defende a importância do respeito pelos direitos e liberdades sindicais e ressalta a necessidade de diálogo entre os sindicatos e o governo para resolver as questões levantadas durante a greve. Além disso, a organização destaca a importância de se garantir a segurança e a integridade dos trabalhadores durante o exercício do seu direito à greve.

Sindicatos angolanos dispostos a baixar pretensão de aumento salarial

As centrais sindicais em Angola estão dispostas a negociar e baixar a sua pretensão de aumento do salário mínimo atualmente vigente no país, que equivale a 35 euros. As centrais sindicais reconhecem a difícil situação económica do país e estão dispostas a flexibilizar a sua posição em prol de um diálogo construtivo com o governo. No entanto, as centrais sindicais destacam a importância de se garantir um aumento salarial que reflita as necessidades básicas dos trabalhadores e que ajude a aliviar o seu atual estado de precariedade financeira.

Centrais sindicais denunciam coação e detenções durante greve geral

As centrais sindicais angolanas denunciaram casos de coação e detenções arbitrárias no primeiro dia da greve geral. Os sindicatos alegam que trabalhadores foram ameaçados e pressionados para que não aderissem à greve, sendo intimados a permanecer no trabalho sob ameaças de retaliação por parte das entidades empregadoras. Além disso, as centrais sindicais apontam para um aumento da cooperação entre grupos governamentais e empresariais para enfraquecer o movimento sindical e reprimir os trabalhadores que lutam pelos seus direitos. Estes incidentes levantam sérias preocupações sobre a violação dos direitos sindicais e da liberdade de expressão em Angola.

Opinião de Domingos da Cruz sobre a situação em Angola

Para Domingos da Cruz, investigador angolano da Universidade de Zaragoza, a situação em Angola está tão grave que já não há palavras para descrever a repressão e os abusos contra os direitos dos trabalhadores e das liberdades sindicais. Em sua opinião, a repressão durante a greve geral é um claro sinal de que o governo angolano teme o poder do movimento sindical e está disposto a usar todos os meios necessários para silenciá-lo. Cruz apela à comunidade internacional para que se mantenha atenta e denuncie estas violações dos direitos humanos no país.

Assembleia Nacional de Angola rejeita requerimentos da UNITA sobre greve geral

A Assembleia Nacional de Angola rejeitou os requerimentos apresentados pela UNITA, maior partido de oposição do país, que visavam discutir e analisar a greve geral convocada pelas centrais sindicais. Com esta rejeição, a Assembleia Nacional demonstra a sua falta de vontade em debater uma questão que afeta diretamente os trabalhadores e o funcionamento do país. A atitude da Assembleia Nacional aumenta a tensão entre a oposição e o governo, e faz com que os trabalhadores e sindicatos se sintam ainda mais desprotegidos e negligenciados pelas instituições políticas do país.

Greve geral enfrenta resistência e ameaças por parte das entidades patronais

Os sindicatos angolanos de diferentes setores denunciaram ameaças e pressões exercidas pelas entidades patronais com o objetivo de impedir os trabalhadores de aderir à greve geral que teve início no dia 20 de março. As entidades patronais têm intimidado e ameaçado os seus funcionários com retaliações e demissões caso participem da greve. Esta reação por parte das entidades patronais evidencia o receio e a resistência em atender às reivindicações dos trabalhadores, colocando em risco o direito à greve e criando um clima de medo e instabilidade.

Resumo:

  • Três sindicalistas angolanos enfrentam julgamento sumário por aderirem à greve geral
  • OMUNGA expressa preocupação com a repressão e intimidação durante a greve
  • Centrais sindicais estão dispostas a negociar pretensão de aumento salarial
  • Centrais sindicais denunciam coação e detenções no primeiro dia da greve geral
  • Investigador denuncia repressão e abusos contra os direitos sindicais em Angola
  • Assembleia Nacional rejeita requerimentos da UNITA sobre a greve geral
  • Entidades patronais ameaçam e pressionam trabalhadores para não aderirem à greve
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