No dia 2 de maio de 1982, por volta das 18h30, o submarino nuclear britânico HMS Conqueror disparou três torpedos Mk.8 de tiro reto à proa do cruzador pesado argentino ARA General Belgrano. O ataque ocorreu durante a Guerra das Malvinas, no Atlântico Sul, a cerca de 35 quilômetros da Zona de Exclusão Marítima imposta pelas forças britânicas. Como resultado do ataque, o ARA General Belgrano afundou, causando a morte de 323 tripulantes. Esse episódio foi crucial no conflito, pois marcou a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que um submarino havia afundado uma embarcação inimiga em tempo de guerra. O evento gerou controvérsias e debate sobre a legalidade do ataque, bem como suas implicações políticas e militares.
Contexto Histórico
A Guerra das Malvinas foi um conflito armado entre a Argentina e o Reino Unido em 1982, por conta da disputa e posse das Ilhas Malvinas, um arquipélago localizado no Atlântico Sul. As ilhas estavam sob o domínio britânico desde meados do século XIX, mas a Argentina reivindicava a soberania sobre elas, chamando-as de Islas Malvinas.
A decisão de empregar o submarino nuclear HMS Conqueror, com sua capacidade de lançar torpedos de longo alcance, era uma estratégia militar britânica para neutralizar a frota argentina nas proximidades das ilhas. O ARA General Belgrano era um dos principais navios de guerra da Argentina e representava uma ameaça significativa à força-tarefa britânica.
O Afundamento do ARA General Belgrano
No momento do afundamento, o ARA General Belgrano estava fora da Zona de Exclusão Marítima estabelecida pela Marinha Real Britânica. O ataque foi realizado após o submarino HMS Conqueror detectar e seguir o cruzador pesado argentino por várias horas. As ordens para o ataque foram dadas pelo governo britânico provando a estratégia de ataque aos navios argentinos que estivessem fora da zona de exclusão.
Os três torpedos disparados pelo submarino atingiram o General Belgrano quase simultaneamente. Um deles atingiu o tanque de óleo combustível, provocando uma enorme explosão que causou o afundamento rápido do navio. A maioria da tripulação foi resgatada pelos outros navios argentinos, mas 323 tripulantes perderam a vida no incidente.
Controvérsias e Implicações
O afundamento do ARA General Belgrano gerou um intenso debate sobre a legalidade do ataque. A Argentina argumentou que o navio estava fora da zona de exclusão e, portanto, o ataque era um ato de agressão injustificado. O Reino Unido, por sua vez, defendeu que o navio representava uma ameaça e que o ataque estava dentro das regras estabelecidas previamente.
Politicamente, o episódio teve um impacto significativo. Os Estados Unidos apoiaram a ação britânica, enquanto os países da América Latina condenaram o ataque. O afundamento do ARA General Belgrano aumentou as tensões entre os dois países e influenciou o desenvolvimento do conflito na Guerra das Malvinas.
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