João Farminhão, pesquisador do Centre for Functional Ecology (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu uma orquídea em risco de extinção há 15 anos, e desde então tem trabalhado diligentemente para preservar essa espécie única. A orquídea em questão é a Angraecum sesquipedale, também conhecida como “orquídea da mariposa”. Este nome é dado devido ao seu formato peculiar, que parece ter uma longa “pista de aterrissagem” que leva ao centro das pétalas da flor. Essa característica intrigou Biólogos e botânicos ao redor do mundo, pois a Angraecum sesquipedale tem uma relação muito íntima com uma espécie específica de mariposa: a polinização dessa orquídea só ocorre através da mariposa de língua longa, Xanthopan morgani.
Uma simbiose surpreendente
Biólogos e botânicos sempre se maravilharam com a relação entre a Angraecum sesquipedale e a mariposa Xanthopan morgani. A orquídea apresenta uma estrutura floral longa e tubular que só pode ser alcançada pela mariposa com uma longa probóscide, a parte retrátil da boca que funciona como a sua língua. A orquídea não apenas depende da mariposa para sua polinização, mas também atrai a mariposa através de um perfume específico liberado à noite. A sinergia entre as duas espécies é essencial para a reprodução da orquídea e para a sobrevivência desta espécie em particular. A descoberta desta simbiose surpreendente pela equipe de pesquisa liderada por João Farminhão gerou grande interesse na comunidade científica, que agora busca entender melhor como essa relação evoluiu e como essa interação é benéfica para ambas as espécies.
Pesquisas e preservação
Desde a descoberta da Angraecum sesquipedale, João Farminhão e sua equipe têm se dedicado ao estudo aprofundado dessa orquídea e da polinização específica realizada pela mariposa Xanthopan morgani. Os pesquisadores têm trabalhado para entender como a evolução moldou essa relação exclusiva e se ela também ocorre em outras espécies de orquídeas e mariposas. Além disso, medidas de preservação têm sido adotadas para garantir a sobrevivência dessa espécie única em seu habitat natural. Diversas instituições e organizações têm se envolvido nesse esforço, colaborando com financiamento e ações de conservação.
Conclusão
A descoberta da Angraecum sesquipedale e a sua relação de simbiose com a mariposa Xanthopan morgani representa um marco importante para a Biologia e a Ecologia. Essa descoberta lança luz sobre a fascinante coevolução entre espécies diferentes e a importância da preservação de habitats naturais para a manutenção da biodiversidade. Os estudos realizados por João Farminhão e sua equipe são fundamentais para aumentar nosso conhecimento sobre a natureza e para a adoção de medidas efetivas de conservação. A descoberta também ressalta a importância de protegermos as espécies ameaçadas de extinção e de garantir a continuidade de suas interações simbióticas.
Resumo:
- João Farminhão, pesquisador do Centre for Functional Ecology (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), descobriu a orquídea em risco de extinção Angraecum sesquipedale;
- A Angraecum sesquipedale possui uma relação simbiótica íntima com a mariposa Xanthopan morgani;
- A polinização da orquídea só ocorre através da mariposa de língua longa;
- O estudo dessa relação despertou interesse na comunidade científica;
- João Farminhão e sua equipe têm realizado pesquisas para entender melhor essa interação e preservar a espécie;
- A descoberta destaca a importância da conservação da biodiversidade e da proteção de espécies ameaçadas.
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